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O lado da moda que ninguém te conta

Atualizado: 9 de out. de 2022

Você sabia que por trás das roupas novas existe um longo processo de produção? E que isso exige um enorme consumo de recursos naturais que gera resíduos poluentes?


É o que mostra dados do Pnuma, onde a indústria têxtil ocupa o segundo lugar no consumo de água e é responsável por cerca de 10% das emissões de gases-estufa.


Além disso, a indústria exige 70 milhões de barris de petróleo para a produção de microfibras sintéticas, mas em seguida descartam 500 mil toneladas nos oceanos, que levam mais de 200 milhões de anos para se decompor.


Mesmo materiais naturais consomem recursos hídricos, uma camiseta de algodão por exemplo, precisa de 2,7 mil litros de água para ser produzida, apontam dados do estudo do World Wildlife Fund.


Em relação às microfibras, o poliéster possui grande destaque, pois é produzido a partir de microplásticos, o problema é que ao levado para a máquina de lavar a peça, por meio do choque mecânico, libera partículas de microplásticos que acabam sendo enviadas para o esgoto e oceanos, afetando a vida marinha.


Os microplásticos podem se tornar tóxicos, pois são captadores de poluentes que estão diretamente ligados a disfunções hormonais como imunológicas, neurológicas, reprodutivas e uma se ingeridos, têm a capacidade de se fixarem na gordura do corpo, no sangue e nos fluidos corporais de animais e humanos. Explica a pesquisa publicada no jornal Chemosphere.


Na Indonésia, Reino Unido e na Austrália, trabalhadores da pesca já estão consumindo mexilhões contaminados por plásticos.


Cientistas de Hong Kong apontam que as secadoras de roupas também são responsáveis pela poluição de microfibras de plástico na atmosfera, visto que, apenas uma secadora é responsável pela liberação de 120 metros de microfibras no ar a cada ano.


Também foi observado, em testes de laboratórios, que tecidos orgânicos como o algodão também soltam microfibras, porém, esse material é biodegradável e pode ser digerido por animais, diferentemente do plástico. Já é um passo para solucionar o problema das microfibras no ar, mas filtros de microplásticos já estão sendo produzidos e utilizados em diversas partes do mundo.


Na Grã Bretanha, membros do congresso procuram criar uma nova regulamentação para que todas as máquinas de lavar a partir de 2025 tenham um filtro de microplásticos embutido. A Austrália, União Europeia e a Califórnia também estão considerando a criação de uma regulamentação parecida.


Entretanto, essas regulamentações devem ser mudadas para abranger a filtração do resíduo liberado pelas secadoras.

Outro fator importante é a poluição do solo com estes componentes, de acordo com pesquisadores da Universidade de Massachusetts Amherst e da Universidade Shandong, na China, os microplásticos podem reduzir a biomassa total das plantas, o que tem influência direta no rendimento e valor nutricional das safras.


Ademais, pesticidas também agridem significamente a fertilidade do solo, só o algodão é responsável por 10% do consumo desse agrotóxico no Brasil. A cultura é a quarta que mais consome agrotóxicos no Brasil. Os dados são do relatório “Fios da Moda: Perspectiva Sistêmica para Circularidade“, lançado pelo Instituto Modefica, em parceria com o Centro de Estudos de Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Confira dicas de como evitar a disseminação de microplásticos:


Diminua o consumo de plásticos;

  • Não consuma animais marinhos e contribua com iniciativas que retirem redes de pesca e outros plásticos do mar;

  • Evite consumir alimentos armazenados em recipientes de plástico;

  • Troque sua escova de dentes de plástico por uma de bambu;

  • Tente usar absorventes de pano ou coletor menstrual;

  • No lugar de tecidos de fibra sintética, utilize algodão orgânico;

  • Quando comprar alimentos, cosméticos e produtos em geral, prefira aqueles que venham em embalagens de vidro, papel ou sem embalagens, como shampoos e sabonetes em barra;

  • Recicle, reutilize e reaproveite;

  • Zere o consumo de itens de plástico supérfluos, como canudinhos, glitter, copos descartáveis e sacolas;

  • Pegue e dê carona. Cada carro a mais é sinônimo de mais microplásticos no ar e na água;

  • Zere o consumo de cosméticos com esfoliantes sintéticos: substitua-os por receitas naturais;

  • Descarte corretamente e encaminhe para reciclagem;

  • Conheça a New Plastics Economy, uma iniciativa que quer repensar o futuro aplicando os princípios da Economia Circular ao ramo do plástico, começando pelas embalagens;

  • Pressione empresas e governos para que diminuam o uso de plástico, utilizem embalagens retornáveis e com design menos nocivo e garantam o retorno do plástico utilizado à cadeia de produção.

  • Embora sejam encontrados nos mais diversos ambientes, detectar e identificar os microplásticos ainda é um desafio, já que não existe uma metodologia padrão para esses processos. Diante disso, pesquisadores de diferentes áreas estão empenhados em estabelecer a melhor técnica para realizar esses procedimentos em amostras ambientais. Enquanto isso, você pode adotar algumas medidas citadas acima para diminuir a disseminação de microplásticos no meio ambiente e reduzir os diversos danos causados por eles.

Fontes:


https://www.youtube.com/watch?v=OCnBjcXF_7w


https://www.ecycle.com.br/microplastico/


https://ohoje.com/noticia/cultura/n/1323487/t/entenda-a-importancia-dos-brechos-e-da-sustentabilidade-dentro-da-moda/


https://www.ufrgs.br/sextante/a-tendencia-da-estacao-e-o-verde/


https://www.vilaurbanagastronomia.com.br/2022/06/15/comprar-em-brechos-realmente-vale-a-pena/#:~:text=Quando%20compramos%20uma%20pe%C3%A7a%20em,subst%C3%A2ncias%20t%C3%B3xicas%20no%20meio%20ambiente.



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1 Kommentar


Bianca E. R
Bianca E. R
13. Okt. 2022

Gostei!


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